Vamos embarcar em uma jornada fascinante pela história do café, guiados pela lendária subespécie africana, Geisha. Originária das terras exuberantes da região sul da Etiópia, essa variedade 100% arábica atravessou fronteiras, passando pela Tanzânia, Quênia e Costa Rica, até encontrar seu verdadeiro lar no Panamá, na década de 1960.
Inicialmente, o Geisha conquistou seu lugar devido à sua resistência ao fungo da ferrugem (roya), que ameaçava outras variedades arábicas. No entanto, seu cultivo enfrentou desafios e descrença. Com menos cerejas por planta, maturação lenta e baixo rendimento em comparação com outras variedades, o café Geisha parecia destinado a ser apenas uma curiosidade.
No entanto, nas terras altas do Panamá, onde altitudes imponentes e chuvas tropicais criam um terroir excepcional, algo mágico aconteceu. Foi aí que o Geisha revelou sua verdadeira essência, transformando-se em um grão extraordinariamente complexo e saboroso. Sua reputação é tão delicada e especial que é equiparada aos melhores chás do mundo.
Especialistas em café não economizam elogios às particularidades desse grão notável. Sua maior vantagem está na presença marcante de corpo, destacando-se por sua doçura, acidez e aromas florais. Na xícara, notas de jasmim, bergamota e uma explosão de frutas tropicais e silvestres se entrelaçam, criando uma experiência de sabor verdadeiramente extraordinária.
No Brasil pouquíssimas fazendas se arriscam a cultivar esse varietal, porém, a Fazenda Santuário Sul, do produtor Luiz Paulo, é uma delas. Ele recebeu algumas sementes do café Geisha de alguns amigos e trouxe para o Brasil para começar a seleção. São 12 anos cultivando e acompanhando a seleção genética do Geisha.